Nova abordagem clínica brasileira propõe ruptura com a “cura pela dor”. Conheça a Ontocentria.

Ontocentria, desenvolvida por Wagner Teixeira, desafia paradigmas da psicoterapia tradicional ao propor soberania simbólica do sujeito

São Paulo — Em tempos em que a saúde mental é discutida com mais abertura, mas também cada vez mais fragmentada entre métodos, terapias e discursos, uma abordagem brasileira vem chamando atenção por propor uma ruptura radical: a Ontocentria, desenvolvida pelo psicanalista Wagner Teixeira, propõe que o sofrimento psíquico não precisa ser revivido — e menos ainda tratado como identidade.

“O trauma não é o que aconteceu, é o que continua sendo acreditado”, afirma Teixeira, fundador do Instituto Ontocentry e autor do método que já vem sendo aplicado em atendimentos clínicos individuais e formações para terapeutas.

Uma “psicanálise do presente lúcido”

Definida como uma abordagem clínico-filosófica, a Ontocentria propõe uma travessia simbólica do sofrimento, baseada na lucidez crítica e na autonomia perceptiva do sujeito. Em vez de interpretar o trauma ou induzir sua revivência emocional, como fazem várias linhas da psicoterapia clássica, o método propõe o que chama de “despotencialização simbólica”.

“A cura, para a Ontocentria, não está na repetição ou na catarse, mas na recusa consciente de sustentar a dor como verdade”, diz Teixeira.

O processo terapêutico não gira em torno da emoção, mas da desidentificação com os sistemas simbólicos que mantêm o trauma vivo. “O que se repete não é o trauma real, mas sua forma simbólica mutante, alimentada por crenças inconscientes e imagens internalizadas”, explica.

Centropia: o retorno ao centro

Um dos conceitos centrais da Ontocentria é a Centropia — neologismo que designa o retorno do sujeito ao seu eixo psíquico, livre das oscilações entre polos inconscientes como força/fraqueza, controle/submissão, aceitação/rejeição.

A proposta é que, ao invés de buscar equilíbrio entre opostos, o sujeito possa superá-los completamente, emergindo como centro criador de sua própria experiência. Trata-se, segundo Teixeira, de uma “psicodinâmica de soberania interior”.

Outros conceitos importantes são:

  • Psicronismo: integração do tempo psíquico (passado, presente e futuro) como fluxo contínuo de consciência;
  • Protagonia: atuação inconsciente do sujeito em papéis herdados do trauma;
  • Programatismo: automatismos emocionais fixados como estruturas perceptivas;
  • Valência psíquica: forças afetivas que conduzem o sujeito a reações padronizadas.

Entre a filosofia, a física quântica e a clínica

A Ontocentria também dialoga com campos diversos como a física moderna, a filosofia existencial e a psicanálise clássica — não para reforçar seus dogmas, mas para reinterpretá-los. “O inconsciente, na Ontocentria, não é destruído. Ele é esvaziado de domínio”, afirma Teixeira.

A analogia com a física quântica é frequentemente utilizada para explicar o funcionamento simbólico do trauma: assim como o estado quântico colapsa quando observado, a dor também colapsa quando o sujeito deixa de sustentá-la simbolicamente.

Essa perspectiva levou a abordagem a ser chamada por alguns estudiosos de “psicanálise da segunda ordem”, em referência ao seu afastamento dos paradigmas tradicionais da elaboração do trauma.

Niilismo como fase terapêutica

Outro ponto controverso — e inovador — da Ontocentria é a maneira como lida com o niilismo existencial. Ao invés de tratá-lo como patologia, o método o reconhece como etapa necessária de reconstrução simbólica. Quando o sujeito colapsa as crenças que sustentavam sua dor, entra em um “vazio simbólico”, que pode ser interpretado como angústia, desesperança ou até tentação de desistência. Mas, para a Ontocentria, é aí que o novo pode nascer.

“A vida não precisa fazer sentido. Ela precisa ser reposicionada como escolha livre”, resume Teixeira.

Uma clínica para quem não quer mais repetir

A Ontocentria, segundo seu autor, não é uma prática confortável — ela exige coragem para atravessar a estrutura simbólica da dor sem vitimismo, sem dramatização e sem idolatria da história pessoal. “Ela não é para quem quer acolhimento incondicional. É para quem quer parar de sustentar sua dor como centro da vida.”

A técnica já vem sendo aplicada em atendimentos clínicos individuais, e também começa a ser estudada por profissionais da saúde mental que buscam alternativas à psicoterapia baseada em sintomas, diagnósticos e repetições.

Para saber mais, o Instituto Ontocentry disponibiliza textos, publicações e formações online para terapeutas e interessados.

SERVIÇO

Mais informações:
📎 www.ontocentria.wordpress
📘 Livro digital gratuito: Introdução à Ontocentria
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